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Liberdade Para Amar

Publicado em junho 12, 2023 por J. R. King

Eu estava deitada na cama, completamente exausta depois de mais um dia cansativo no trabalho. Meu corpo pedia descanso, mas minha mente inquieta decidiu se distrair deslizando os perfis no Tinder no meu celular. Deslizava para a esquerda sem paciência, rejeitando todos os homens que apareciam. Estava cansada de me relacionar com eles, todos pareciam cafajestes ou trogloditas sociais, valiam apenas uma foda e nada mais, às vezes nem isso. A cada perfil, minha esperança de encontrar alguém interessante diminuía.

Entre um perfil e outro, encontrava o de uma mulher. Gostava de deixar a opção de encontrar mulheres em aberto, mesmo que eu não fosse lésbica. Era apenas uma curiosidade minha, gostava de comparar o meu perfil com o delas, saber se estava fazendo tudo certo ou poderia mudar algo para chamar a atenção, mas acabava julgando o perfil delas também. Era um hábito estranho, eu sei, mas quem nunca teve suas peculiaridades? Assim como os homens, o perfil das mulheres pouco me cativava de fato. Passava de perfil em perfil rejeitando, sem dar muita atenção.

Até que, de repente, uma delas capturou minha curiosidade. Era o perfil de uma garota chamada Lilly, de 28 anos, 2 a menos que eu. Sua foto era intrigante, um sorriso genuíno e olhos verdes brilhantes, realçados pelo seu cabelo curto e escuro. Mas o que realmente me cativou foi a frase que Lilly colocou em seu perfil:

“A verdadeira liberdade é quando você supera o medo do que os outros pensam sobre você.” de Rupi Kaur, Simplesmente minha autora favorita.

 

Fiquei olhando fixamente para a tela do meu celular, os olhos percorrendo cada palavra daquela simples frase. Por algum motivo, ela ressoava dentro de mim, ecoando nas profundezas da minha alma. Era como se Lilly tivesse conseguido capturar algo essencial, algo que eu tinha buscado incessantemente. A verdadeira liberdade… superar o medo do julgamento alheio. Ser eu mesma, sem amarras.

Permaneci ali, contemplando o perfil de Lilly por um longo tempo. Havia algo nela que me atraía, algo mais do que apenas uma foto bonita e uma citação inspiradora. Era como se eu pudesse sentir uma energia vibrante emanando daquelas palavras. Então, sem pensar muito, decidi deslizar o dedo para a direita.

Uma risada interna escapou dos meus lábios, como se não acreditasse realmente que Lilly pudesse me curtir de volta. Afinal, quantas vezes já passei por essa experiência de rejeição no Tinder? Mas, por alguma razão, uma faísca de esperança se acendeu dentro de mim. Talvez, apenas talvez, aquele fosse o momento em que algo diferente acontecesse.

Na manhã seguinte, esse algo diferente aconteceu. Ao acordar, fui surpreendida por uma notificação no meu celular. Eu havia dado um ‘match’ com Lilly, e ela já estava me mandando uma mensagem. Meu coração disparou de nervosismo e incerteza. Eu não sabia ao certo o que fazer. Deveria ignorar, desfazer a conexão ou responder?

Durante todo o dia, eu ignorei a mensagem de Lilly enquanto trapalhava nas minhas tarefas diárias. No entanto, a dúvida persistia, constantemente me questionando se eu deveria ou não responder. À medida que as horas passavam, o peso da curiosidade começou a me incomodar.

Finalmente, à noite, quando já estava deitada na cama, tomei uma decisão. Decidi responder a Lilly. Digitando com mãos trêmulas, enviei uma resposta. Pouco tempo depois, recebi uma resposta imediata de Lilly. Iniciamos uma conversa que se estendeu pela madrugada, mergulhando em assuntos variados, compartilhando histórias e risadas. O tempo voou enquanto a noite se transformava em dia.

Acordei no dia seguinte com uma mistura de entusiasmo e cansaço. A longa conversa havia me deixado exausta, mas também ansiosa para saber mais sobre Lilly. Foi quando recebi uma mensagem dela. Lilly me convidou para um café na hora do almoço, sugerindo que nos conhecêssemos pessoalmente.

Novamente, a dúvida se instalou em minha mente. Deveria aceitar o convite? Eu voj realmente para um encontro com outra garota? Se encontrar apenas para um almoço pode ser considerado um encontro? A incerteza se entrelaçava com a esperança, criando uma batalha interna de hesitação e desejo.

Depois de ponderar por algum tempo, decidi que era hora de enfrentar o desconhecido. Eu aceitei o convite de Lilly para o café. Era uma oportunidade de conhecer alguém com quem senti uma conexão inicial, uma chance de descobrir se aquela faísca virtual poderia se transformar em algo real.

Enquanto o tempo passava, chegando perto de meio-dia, meu coração palpitava com uma mistura de emoções. Havia um nervosismo excitante no ar, uma sensação de possibilidade e transformação. Eu estava pronta para dar um passo adiante, para ver aonde essa jornada poderia me levar.

E assim, com uma mistura de ansiedade e esperança, saí de casa em direção ao café onde encontraria Lilly. O destino aguardava nosso encontro, pronto para desenhar o próximo capítulo dessa história.

Encontrei Lilly em um café aconchegante próximo ao meu escritório. Assim que ela me viu entrar, pude ver uma faísca de entusiasmo em seus olhos. Borboletas dançavam em minha barriga, revelando a emoção que aquele encontro despertava em mim.

Nos sentamos juntas em uma mesa, pedimos algo para comer e começamos a conversar. Minha curiosidade sobre Lilly só aumentava à medida que nossas palavras fluíam e se entrelaçavam.

Observei Lilly de perto. Ela era uma mulher vibrante e confiante, seus olhos transbordavam vivacidade. Sua personalidade era cativante, e sua habilidade natural de envolver as pessoas em conversas era evidente. Ela tinha o dom de criar conexões instantâneas.

Durante nossa conversa, Lilly perguntou há quanto tempo eu saía com mulheres. Eu neguei ser lésbica, explicando que simplesmente achei Lilly interessante e quis conhecê-la melhor. Mas Lilly não parecia acreditar nas minhas negativas. Com um sorriso leve, ela compartilhou sua perspectiva.

“Todas as sapatões começam pelo estágio da negação”, disse ela. “É como se estivéssemos de luto, negando uma parte de nós mesmas. Mas, na verdade, estamos apenas nos descobrindo, abrindo caminho para uma autenticidade que antes estava adormecida.”

Suas palavras ecoaram em minha mente, ressoando com uma verdade desconhecida. Eu sentia meu coração acelerar, uma mistura de nervosismo e excitação preenchendo cada centímetro do meu ser.

No final do encontro, nervosa com as emoções que tomavam conta de mim, decidi me despedir de Lilly apenas cumprimentando sua mão. Ela respondeu com um sorriso sutil nos lábios e um cumprimento afetuoso.

Enquanto caminhava de volta ao escritório, sentia meu coração palpitar e um sorriso permanente se formar em meu rosto. No entanto, minha mente estava repleta de dúvidas. Quem eu era afinal? O que aquela conexão com Lilly significava para mim? Um turbilhão de perguntas preenchia meus pensamentos, mas uma coisa era certa: aquele encontro havia deixado uma marca indelével em meu coração.

Cheguei ao escritório com uma energia renovada, mas também carregando a incerteza de um novo despertar. O mundo parecia mais brilhante, e eu sabia que a jornada em busca da minha verdadeira identidade estava apenas começando.

No dia seguinte, Lilly me convidou para sair novamente. Dessa vez, nosso encontro seria em um bar, logo após o trabalho. Eu estava repleta de curiosidade e, ao mesmo tempo, nervosa com as possibilidades que surgiam entre nós. Decidi aceitar o convite e combinamos de nos encontrar no local.

Assim que cheguei ao bar, me sentei no balcão ao lado de Lilly. Pedimos nossas bebidas e, em meio a risadas e conversas descontraídas, nos divertimos como se nos conhecêssemos há anos. Cada instante ao lado dela fazia minha atração crescer, e os flertes e olhares sugestivos que Lilly dava para mim apenas intensificavam esse desejo.

Quando nosso encontro chegou ao fim, Lilly me convidou para tomar um café em seu apartamento, que ficava a algumas quadras dali. Consciente das suas intenções, mesmo que ainda incerta quanto aos meus próprios sentimentos, decidi arriscar e aceitei o convite. Eu sabia que estava prestes a explorar um território desconhecido.

Ao entrarmos no apartamento, Lilly preparou duas xícaras de café e nos sentamos no sofá para conversar. Durante nossa troca de palavras, ela me olhou com admiração e, com suavidade, deslizou seus dedos pelos meus cabelos. Seu toque provocou uma sensação arrepiante na minha pele, ao mesmo tempo em que acendeu uma chama de desejo dentro de mim.

– Seus olhos são tão lindos. – Disse Lilly

– Obrigada. Os seus também são. – Eu respondi, com certa timidez.

Enquanto nossos olhares se encontravam, senti o nervosismo crescer dentro de mim. Lilly se aproximou devagar, mas quando percebi suas intenções, meu instinto de autopreservação falou mais alto e me afastei rapidamente, levantando-me do sofá.

– Me desculpe, Lilly. Eu… Eu não estava esperando por isso. É a primeira vez com uma garota, e é algo que nunca imaginei fazer antes. – Eu tentei explicar a ela o que eu sentia.

– Tá tudo bem… – Lilly demonstrou empatia, enquanto segurava a minha mão. – Não precisamos fazer nada que você não queira. Mas algo me diz que você está querendo.

– Acho… que você está certoa. Mas seria possível irmos mais devagar?

– Como mais devagar? A gente nem se beijou?

– É que… – Com muito cuidado, escolhia as palavras que iria usar. – …eu sabia que se deixasse você me beijar, você não iria querer só um beijo.

– Bom, até que é verdade. – Lilly deu uma risadinha.

– Que tal nós fazemos um trato? Vamos com calma, mas sempre descobrindo algo novo. O trato é esse: A cada encontro que a gente tiver, nós fazemos algo novo, mas somente um, sem irmos muito depressa.

Lilly olhou para mim, intrigada com a proposta, mas logo um sorriso curioso se formou em seus lábios.

– Tudo bem, trato feito. – Lilly apertou minha mão como se fizéssemos um negócio. – Então, o que exploraríamos hoje? Um beijo?

– Sim, um beijo… – Pensei melhor por um segundo. – …mas sem língua, só um selinho.

– Tá falando sério? – Lilly deu um sorriso de canto de boca como se achasse que era piada, mas afirmei que era sério. – …bom, temos um trato, mão temos? Tudo bem. Um beijo, sem língua.

Lilly se levantou do sofá e ficou de frente para mim. Nossos olhares se encontraram novamente, transmitindo um misto de nervosismo e antecipação.

– Então, posso te beijar? – Perguntou Lilly

– Sim, pode.

– Feche os olhos, então.

Fechei os olhos, sentindo meu coração bater acelerado no peito. Os lábios de Lilly tocaram suavemente os meus, em um beijo delicado. Naquele momento, uma onda de emoções tomou conta de mim. Seus lábios eram macios, e o sabor suave de cereja de seu batom se misturava a um leve toque de cerveja do bar.

Ao abrir os olhos, Lilly me olhou com expectativa, enquanto eu sorria com sinceridade.

– Então, o que achou? – Ela perguntou.

– Foi… Muito bom… Muito obrigado pelo… Beijo… – Respondi enquanto meu coração palpitava tão rápido que tornava difícil respirar. – Minha nossa! Olha a hora, é melhor eu ir logo.

Eu peguei minhas coisas, agradeci por uma noite maravilhosa e nos despedimos, deixando o apartamento de Lilly. Enquanto ia embora uma mistura de sensações preenchia meu ser. Aquela simples troca de afeto abriu portas para um novo capítulo na minha vida, repleto de descobertas e possibilidades. Eu tocava com a ponta dos dedos os meus lábios, e era como se ainda sentisse os lábios de Lilly ali.

Enquanto descia no elevador, eu mal podia acreditar no que tinha acontecido. Aquele simples gesto representou um passo que jamais imaginei dar: beijar outra garota. Minha mente estava repleta de questionamentos, mas meu coração transbordava com a promessa de novas descobertas.

No nosso terceiro encontro, decidimos ir a um restaurante japonês. Sentadas à mesa, conversávamos enquanto comíamos. A curiosidade sobre Lilly crescia dentro de mim, e decidi ser mais aberta com ela.

– Lilly, desde quando você sabe que é lésbica?

– Acho que dese sempre soube. – Lilly soltou uma risada. – Quando eu era mais nova, eu e minhas amigas treinávamos beijos umas nas outras, para quando a gente fosse beijar um garoto, nós saberíamos o que fazer. Só que quando eu beijei um garoto pela primeira vez, percebi que não era tão legal como era com as garotas.

– Mas o que não era tão legal? Por que você não gosta de homens

– É difícil de explicar. É como perguntar a alguém por que ela gosta de sushi. Não é algo que se possa explicar, apenas sentir. E quanto a você, por que decidiu experimentar garotas?

– Não tenho certeza, eu nem sei se gosto realmente de garotas. A verdade é que estou cansada dos homens, tanto sexualmente quanto filosoficamente. Nenhum deles correspondeu às minhas expectativas ao longo da minha vida.

– Como assim? Tipo, nenhum homem já te fez gozar?

Senti um leve desconforto com a pergunta, sabendo que estávamos chamando a atenção das pessoas no restaurante.

– Infelizmente, não.

Lilly ficou chocada com a revelação.

– Isso é um absurdo, Sophie! Como uma mulher de trinta anos nunca gozou na vida?!

Pedi a Lilly para falar mais baixo, constrangida pelos olhares curiosos à nossa volta.

– Eu não disse que eu não gozo. – Disse sussurando, querendo não chamar a atenção. – Eu gozo quando eu me masturbo, mas no sexo em si isso nunca ocorreu.

– Gozar enquanto se masturba não é gozar, é só… aliviar o estresse. – Lilly, de forma brincalhona, mas decidida, fez uma promessa inesperada. – Bem, não precisa se preocupar mais. Eu definitivamente vou fazer você gozar depois daqui.

Eu implorei para que Lilly tivesse mais calma, deixando claro que não estava pronta para isso. Insisti em seguir o plano de avançar um passo de cada vez.

– Ah, então ainda temos um plano? Achei que você iria desistir disso logo… Bom, qual é o próximo passo então?

– Um beijo de língua.

– Só um beijo? Nós já nos beijamos ontem.

– Não de língua.

Lilly revirou os olhos e levantou-se, dizendo que iria ao banheiro. Preocupada, pensei que talvez a tivesse irritado. Quando ouviu os passos de Lilly voltando para a mesa, eu me virei.

– Lilly desc…

Antes que eu pudesse terminar minha frase, Lilly me beijou ali mesmo, no meio do restaurante. Um beijo de língua, como havíamos acordado, intenso e molhado. Ela apoiou uma das mãos na mesa e segurou meu rosto com a outra, impedindo-me de escapar dos seus lábios

Fiquei chocada, meus olhos arregalados refletindo a ousadia de Lilly. Caminhei com os meus olhos ao redor e percebi que algumas pessoas nos observavam com curiosidade e julgamento. Por um instante, pensei em empurrar Lilly, afastar seus lábios dos meus. Mas, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, rendi-me ao beijo.

Fechei os olhos lentamente enquanto Lilly me beijava, entregando-me àquela experiência. Era impossível resistir.

Quando Lilly finalmente terminou o beijo, ela voltou a sentar-se em sua cadeira e disse:

– Pronto, agora você já teve a sua “grande” experiência lésbica dessa noite.

Enquanto Lilly voltava a comer, eu permanecia atônita, processando tudo o que tinha acontecido. Durante o restante da noite, não falei mais sobre aquilo. Fiquei em silêncio, mergulhada em meus próprios pensamentos.

Ao caminhar de volta para casa, o beijo de Lilly ecoava em minha mente de maneira incessante. Cada detalhe, cada sensação transmitida por seus lábios, se repetia em minha memória de forma intensa. Um turbilhão de emoções tomava conta de mim, misturando-se com a excitação, a curiosidade e a inquietação.

Enquanto percorria as ruas, minha mente mergulhava em pensamentos profundos. Aquela experiência, que parecia tão natural e ao mesmo tempo tão nova para mim, abria portas antes desconhecidas. O beijo de Lilly tinha sido revelador, despertando um desejo e uma conexão que eu não sabia que existiam dentro de mim.

Ainda assim, eu me questionava. Será que aquele beijo significava apenas uma aventura momentânea ou seria o início de algo mais profundo e significativo? Será que eu estava pronta para explorar esse novo território da minha sexualidade? E como isso afetaria minha vida e minha identidade?

Os pensamentos se entrelaçavam, alternando entre momentos de excitação e incerteza. Eu não podia negar a força das emoções que aquela experiência despertou em mim. O beijo com Lilly havia sido diferente de qualquer outro que já experimentei, e isso mexia comigo de maneira profunda. Talvez seja isso que ela estivesse falando sobre como beinar garotos não era tão legal quanto beijar garotas.

Enquanto chegava em casa e me deitava na cama, a euforia ainda pulsava em meu peito. Eu me sentia viva, aberta para novas descobertas e possibilidades. Ao mesmo tempo, sabia que havia um longo caminho a percorrer, que minha jornada de autodescoberta apenas começava.

Adormeci com um sorriso no rosto, deixando-me levar pelos sonhos que se misturavam à realidade. No fundo, sabia que aquele beijo havia marcado um ponto de virada em minha vida. E, com a incerteza e a empolgação dançando em meu coração, eu estava pronta para desbravar esse novo capítulo de minha sexualidade, curiosa para explorar o que mais o futuro reservava para mim.

Ao chegar no apartamento de Lilly para o nosso quarto encontro, sentia uma mistura de ansiedade e excitação. Sabia que estava mergulhando em território desconhecido, explorando os limites da minha sexualidade. O beijo apaixonado no sofá da sala nos envolvia em uma energia intensa, e eu me entregava a cada toque com uma entrega única.

Em meio às carícias, tomei a iniciativa de sugerir que, naquela noite, poderíamos explorar o toque nos seios uma da outra.

Lilly começou a deslizar suas mãos pelos meus seios, apertando-os com delicadeza. A sensação era diferente, completamente oposta à brutalidade que eu havia experimentado com homens no passado. Pela primeira vez, eu estava gostando que me tocassem os seios, sentindo-me apreciada e desejada de uma maneira suave e afetuosa.

No entanto, a alegria do momento se dissipou quando Lilly começou a deslizar suas mãos em direção à minha virilha. Instintivamente, segurei sua mão e a trouxe de volta em meus peitos.

Mas Lilly insistiu, deslizando novamente sua mão em direção à minha intimidade. Com a respiração ofegante, tentei resistir e falei:

– Não… hoje não.

– Por favor… Eu tô com tanto tesão hoje… Eu só quero sentir você por inteira.

Eu continuei a resistir, pedindo-lhe para parar, mas ela avançou ainda mais. Suas mãos penetraram por dentro da minha calça, chegando perto de minha buceta. Em um movimento rápido e decidido, retirei sua mão de lá.

– Que droga, Lilly! Eu disse que não!

Com raiva e frustração, levantei-me e ajeitei minha roupa.

– Qual é o problema? Eu só queria te dar prazer.

– Não é questão de prazer. Você sabe que é a minha primeira vez, eu só não quero avançar rápido demais.

– Você tá sendo burocrática demais. Preocupada em seguir suas regras em vez de curtir o momento.

– Não se trata apenas de regras. É uma questão de respeitar meus limites emocionais e físicos. Eu não estou pronta.

– Mas qual é a diferença entre uma mulher tocar seus peitos ou sua buceta? Por que isso te incomoda tanto?

– Para você pode não fazer diferença, mas para mim faz. É algo novo, desconhecido. Preciso de tempo para me sentir confortável.

As palavras trocadas deram lugar a uma discussão acalorada, cheia de frustração e tensão.

– Você não está respeitando o combinado, Lilly. Eu já disse que não quero avançar além do que me sinto preparada.

– Eu tô cansada desse teu combinado. Isso claramente não está funcionando. Você só está me fazendo de cobaia para seus “experimentos” sexuais, e eu não quero isso. No nosso primeiro encontro você disse que tinha gostado de mim por causa da frase no meu perfil. “A verdadeira liberdade é quando você supera o medo do que os outros pensam sobre você.”. Bom, acho que é melhor você pensar a respeito dela então, porque se você tem medo de admitir que você gosta de garotas, então é melhor você ir embora.

Aquelas palavras de Lilly ecoaram em meus ouvidos enquanto eu saía do apartamento dela, sentindo-me irritada e confusa. Entrei em meu carro e abaixei a cabeça no volante, tentando processar tudo o que tinha acabado de acontecer. Minha mente estava repleta de pensamentos conflitantes, mas as palavras de Lilly continuavam a ressoar em minha mente.

Enquanto dirigia de volta para casa, suas palavras ecoavam em minha cabeça. Eu refletia sobre o que ela havia dito, sobre eu ter medo de admitir quem eu sou. Naquele momento, algo dentro de mim sabia que ela estava certa. Eu sentia o peso da minha própria hesitação e do medo de encarar minha verdadeira identidade.

As palavras de Rupi Kaur ganharam um novo significado para mim. Era hora de encarar meus próprios receios e confrontar eu mesma e tudo o que eu estava fazendo.

Cheguei em casa com a mente agitada, sabendo que havia muito para refletir e confrontar dentro de mim. Mas tudo o que eu fiz foi deitar na cama e adormecer em um sono profundo, tentando esquecer de tudo.

Duas semanas haviam se passado desde o nosso último encontro. Não tínhamos nos falado ou nos visto desde então. A tristeza parecia envolver-me por completo, e eu me encontrava em um conflito interno sobre minha sexualidade que afetava todas as áreas da minha vida. Meu desempenho no trabalho já não era mais o mesmo, eu não tinha tempo, paciência ou vontade de pensar em qualquer outra coisa que não fosse Lilly.

Em vários momentos do dia, eu me pegava perdida em pensamentos sobre ela. Sentia uma falta profunda de sua presença singular, de seu magnetismo que nunca havia experimentado com mais ninguém. Mas o que eu mais sentia falta eram dos lábios de Lilly, da forma delicada e afetuosa com que ela me tocou da última vez que nos encontramos. Aquelas lembranças me consumiam e me enchiam de arrependimento por tê-la impedido de ir além.

Me peguei assistindo pornô lésbico pela primeira vez. Via mulheres se beijando e se entregando a milhares de sensações, e aquilo me excitava de maneira intensa. Eu começava a me tocar enquanto assistia aos vídeos, desejando ardentemente que Lilly estivesse ao meu lado, compartilhando aqueles momentos comigo.

Foi quando, após um orgasmo avassalador, percebi a futilidade de reprimir meu desejo. Aquilo já não fazia sentido. Eu precisava tomar uma atitude e fazer algo a respeito. Sabia que não havia mais volta.

Levantei-me da cama com o coração disparado e olhei para o espelho. Havia um misto de medo e determinação em meu olhar. Vestindo-me rapidamente, peguei as chaves do carro e dirigi até o apartamento de Lilly. Meus pensamentos estavam tumultuados, mas eu sabia que era hora de enfrentar meus próprios medos e seguir em frente.

Ao chegar em seu prédio, eu subi as escadas com passos trêmulos. Cada andar parecia uma eternidade, e eu sentia meu coração bater forte no peito. Aproximei-me da porta de Lilly e respirei fundo antes de bater. Sabia que aquele momento seria um ponto de virada em minha vida, e eu estava disposta a enfrentar as consequências, fossem elas quais fossem.

Toquei a campainha de Lilly com o coração apreensivo. Tentei conter a impaciência enquanto esperava por ela. Quando estava prestes a tocar a campainha novamente, a porta se abriu e Lilly apareceu. Ela estava tão linda quanto da última vez que a vi, fazendo meu coração disparar em meu peito.

– Sophie? O que faz aqui? – Lilly perguntou, surpresa com a minha presença.

– Eu queria conversar contigo. Será que eu posso entrar?

Lilly, cruzando os braços e apoiando-se na porta, lançou um olhar desconfiado.

– Eu não sei, essa conversa vai levar à algum lugar ou é mais um de seus “experimentos”?

Respirei fundo, sentindo minhas mãos suadas, e finalmente decidi abrir meu coração.

– Eu pensei a respeito sobre o que me disse, e você estava certa…

Com a voz trêmula, soltei as palavras que há tanto tempo estavam presas dentro de mim:

– Eu sou lésbica.

Era a primeira vez que eu dizia isso em voz alta, e a sensação de pronunciar aquelas palavras me enchia de uma alegria e excitação intensas. Era como se tudo fizesse finalmente sentido.

– Eu não estou experimentando mais nada, pois agora eu tenho certeza do que eu sou. E se você ainda quiser, eu quero viver de verdade isso com você.

Lilly pareceu surpresa com minha resposta, mas um sorriso se abriu em seus lábios. Com uma expressão desafiadora, ela respondeu:

– Ações valem mais para mim do que palavras. Por que você não me mostra?

Era um convite claro para que eu provasse minhas intenções.

Lilly se afastou da porta, permitindo minha entrada. Com o coração acelerado, adentrei o apartamento. Ela fechou a porta atrás de mim, criando uma sensação de intimidade imediata. E então, num gesto ousado, ela me pressionou contra a porta. Apesar de ser alguns centímetros mais baixa, Lilly irradiava uma dominância que me deixava acuada e excitada ao mesmo tempo.

Seus dedos percorreram meus lábios, causando uma sensação elétrica em meu corpo. Ela se aproximou para me beijar, e eu fechei os olhos, sentindo a expectativa pulsar dentro de mim. No entanto, Lilly parou subitamente e disse:

– Não… isso já fizemos. Quero algo novo. Para me provar que estava falando sério.

Meu coração disparou ainda mais, misturando nervosismo e euforia. Lilly se ajoelhou diante de mim, desabotoando minha calça com um olhar fixo e determinado. Ela baixou a peça até o chão, deixando-me apenas de calcinha. Minhas pernas tremiam, enquanto respirava fundo, preparando-me para o desconhecido.

Com um olhar ardente, Lilly afastou minha calcinha para o lado, e então começou a lamber minha buceta, percorrendo sua língua por entre os meus lábios de encontro ao meu clitóris. O prazer percorreu meu corpo como uma corrente elétrica, fazendo-me gemer e segurar firme na porta. Cada movimento de sua língua era um estímulo intenso, levando-me a um novo mundo de sensações.

Eu me entreguei completamente àquele momento, deixando-me levar pelas ondas de prazer que Lilly me proporcionava. Era uma experiência tão nova, tão intensa, que eu sentia como se estivesse desvendando caminhos desconhecidos de meu próprio corpo e desbravando o território inexplorado da minha sexualidade.

Naquele instante, todas as dúvidas e conflitos se dissiparam. Eu estava ali, com Lilly, descobrindo um novo aspecto de mim mesma. E a partir daquele momento, eu sabia que não havia mais volta. Estava pronta para explorar esse caminho, essa verdade que tanto me consumia, ao lado de Lilly.

Senti-me arrebatada pela intensidade dos lábios de Lilly. Ela estava coberta pelo meu mel, mas isso não a impediu de me beijar, mergulhando em um beijo fervoroso e lambuzado.

Juntos, nos movemos em direção ao sofá, onde me deitei e Lilly se subiu em cima mim, ainda nos beijando. Enquanto nossos corpos se entrelaçavam, nossas roupas desapareciam, despidas de qualquer barreira. Lilly despiu-me por completo, assim como eu a ela.

Agora, ambas apenas de calcinha e sutiã, Lilly pôs para fora meus seios, acariciando-os com beijos suaves. Fiquei encantada com a forma como, apesar de seu jeito dominador, Lilly era gentil e sutil em seus toques. Seus lábios macios acariciavam meus seios, despertando uma onda de prazer que se espalhava por todo o meu ser.

Ofegante, deixei escapar um pedido em meio ao êxtase:

– Deixa eu te chupar.

Lilly olhou fundo em meus olhos, abrindo um sorriso malicioso. Ela comentou, com um tom de surpresa:

– Então você realmente estava falando sério.

Sem hesitar, Lilly retirou sua calcinha e deitou-se sobre meu rosto, oferecendo-me sua intimidade para que eu a explorasse com minha língua. Sob o tecido úmido, mergulhei naquele ato de entrega e prazer mútuo, saboreando cada parte de Lilly com intensidade e cuidado.

Enquanto eu a lambia, sentia seu corpo se contorcer de prazer e suas mãos agarrarem o sofá. O calor e a doçura de Lilly preenchiam minha boca, fazendo-me mergulhar cada vez mais fundo nessa jornada de prazer e descobertas.

O fogo entre nós não cessava, apenas aumentava a cada toque, cada beijo, cada gemido trocado. Lilly sentou-se em meu colo, nossos corpos se encaixando perfeitamente, e nossos lábios se uniram em um beijo ardente e cheio de desejo.

Enquanto nos beijávamos, minhas mãos percorriam o corpo de Lilly, até encontrar seus seios. Eu os acariciava, beijava e chupava, entregando-me completamente àquela experiência sensorial avassaladora. Sentia o calor de Lilly em minha pele, suas reações prazerosas e o som dos suspiros que escapavam de seus lábios.

Lilly agarrou meu cabelo e puxou-o suavemente, um gesto sensual que aumentou ainda mais a intensidade do momento. Eu me entreguei ao prazer, correspondendo aos seus desejos e aos meus próprios anseios, sem reservas.

Foi então que, em meio ao ápice do prazer, sussurei as palavras que ecoavam em sua mente:

– Naquele dia no restaurante, você disse que me faria gozar. Gozar de verdade. Então faça isso, agora.

Lilly somente acenou com a cabeça, era tudo o que eu precisava. Nossos corpos se moveram pelo sofá, e agora era eu quem estava no colo de Lilly. Com delicadeza e desejo, Lilly introduziu seus dedos em minha vagina, iniciando uma masturbação intensa e apaixonada. Seus movimentos eram firmes, ritmados, levando-me a um turbilhão de sensações e prazer inebriante.

A medida que Lilly intensificava seus movimentos, a chama dentro de mim ardia com uma intensidade avassaladora. Cada investida de seus dedos me levava a um novo patamar de prazer, fazendo-me perder a noção do tempo e do espaço. Eu me entreguei completamente àquele momento, permitindo que as sensações me envolvessem por completo.

A conexão entre nós ia além do físico. Enquanto Lilly me tocava, sentia como se nossas almas estivessem dançando em perfeita sintonia. Cada movimento, cada carícia era carregada de amor e paixão, elevando-nos a uma dimensão em que apenas o prazer importava.

A velocidade aumentava gradualmente, guiada pela maestria de Lilly. O êxtase que percorria meu corpo era indescritível, uma mistura de sensações intensas que me levavam ao limite do prazer. Eu não conseguia conter os gemidos que escapavam de meus lábios, expressões audíveis de todo o prazer que Lilly estava me proporcionando.

E então, em meio a gemidos e arrepios, alcancei um clímax avassalador. Minhas pernas tremiam, meu corpo arqueava-se em resposta ao prazer indescritível que percorria cada fibra do meu ser. Lilly tinha me levado ao ponto mais alto do prazer, e eu não poderia estar mais grata por tamanha entrega e conexão.

Naquele momento, todas as dúvidas e receios que antes me atormentavam foram dissipados. Compreendi plenamente as palavras de Lilly no restaurante. O orgasmo que compartilhamos transcendeu a mera busca do prazer físico; foi um momento de entrega total, em que nossos corpos e almas se fundiram em uma explosão de êxtase e conexão.

Enquanto que a onda de prazer se dissipava, eu me sentia completa, livre e em paz. Lilly me mostrou que não havia vergonha em explorar e aceitar quem eu era, que a verdadeira liberdade residia em me permitir vivenciar plenamente o amor e a sexualidade. Juntas, embarcaríamos nessa jornada de descobertas, onde a entrega, a paixão e o prazer seriam os pilares que sustentariam nosso vínculo especial.

Aquele momento no sofá representava o início de uma nova fase em minha vida, uma fase em que eu me permitiria ser verdadeiramente eu mesma, sem medo ou julgamentos. Com Lilly ao meu lado, eu sabia que não apenas exploraríamos as fronteiras do prazer, mas também construiríamos um amor autêntico e profundo. Estávamos prontas para nos entregar de corpo e alma, abrindo-nos para um universo de possibilidades e experiências que nos aguardavam.

Deitadas no sofá, nossos corpos entrelaçados e nossas respirações ofegantes, eu percebi que havia encontrado em Lilly algo muito além do desejo físico. Encontrei uma parceira de alma, alguém com quem eu poderia explorar, descobrir e compartilhar o verdadeiro significado do amor e da sexualidade. Juntas, trilharíamos esse caminho de descobertas, aceitação e prazer, mergulhando nas profundezas de nosso desejo e conectando-nos em uma jornada inesquecível de amor e satisfação mútua.

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