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Destrua-me por favor

Publicado em janeiro 1, 2023 por Samara Sinclair

Deixa eu puxar a cadeira para você…

Deixa que eu abro a porta…

Há isso é muito pesado para você, deixa que eu carrego…

Eu vivi minha vida toda escutando esse tipo de coisa, não que eu seja contra o cavalheirismo e é verdade que não possuo muita força física em meu corpo, mas as vezes isso faz eu me sentir como uma bonequinha de vidro, que mora em um mundo artificial e que sempre tem que ser protegida e bem cuidada por todos, porque se não, vou acabar quebrando em mil pedaços.

Até mesmo no sexo eu sentia que era tratada assim. Certa vez eu estava deitada na cama com as pernas abertas enquanto meu namorado me comia, ele como sempre estava muito excitado, mas eu já estava farta daquele papai e mamãe sem graça, dai eu pedi a ele que desse um tapa na minha cara, ele se abaixou e deu um tapinha na minha bochecha, então eu disse para ele “Não. Dá um tapa na minha cara!” e ele deu só mais um tapinha um pouco mais forte.

— Se eu der mais forte vou deixar seu rosto marcado — disse ele após eu insistir mais uma vez.

Então eu me virei e fiquei de quatro para ele, depois que ele me comeu por mais alguns segundos eu disse para ele bater na minha bunda e que não precisava se preocupar pois ninguém veria uma marca ali, desta vez ele bateu com um pouquinho mais de força, mas ainda foi insuficiente para me deixar excitada. Ele gozou logo depois disso e se jogou na cama ao meu lado sentindo-se o maioral, mal ele sabia o quão desapontada eu estava.

Robert era bonito, alto, forte, e vinha de uma família rica dona de uma das maiores empreiteiras do país, o tipo namorado perfeito, do qual muitas mulheres sonham em ter, mas ainda sim eu não estava feliz. Robert era um cavalheiro, levava flores com chocolates para mim no trabalho, me levava para jantar em restaurantes chiques, servia café da manhã na cama e nunca me desrespeitou, o problema não era com ele, era comigo, porque com o tempo, passei a achar isso tudo um saco. A maneira como ele sorria, como ele era gentil e como ele me tratava de maneira tão carinhosa na cama, me dava tristeza, e isso fazia com que eu me questionasse interiormente sobre o que havia de errado comigo.

 

Eu sempre fui a queridinha da família, o típico estereótipo de patricinha, branca, magra de cabelo loiro e mimada, aquela por a maioria dos garotos no colégio se apaixona e a que a maioria das meninas detesta.

Como minha expressão de desânimo e decepção já estava estampada no meu rosto já alguns dias, fui questionada por uma de minhas colegas de trabalho sobre o que estaria acontecendo, a princípio tentei desviar desse assunto e disse que estava tudo bem, mas depois decidi me abrir de maneira reservada para Daize.

Contei a ela que apesar de ter o relacionamento perfeito, eu estava insatisfeita, principalmente com a questão sexual, que para mim havia se tornado totalmente sem graça e desinteressante. Daize disse que também passou por isso em seu casamento e que ela e seu marido de vez em quando iam até uma casa de swing localizada na zona sul da cidade. A princípio eu recusei a ideia já que eu nunca havia frequentado nada parecido, mas mesmo assim ela ainda me passou o cartão com o endereço caso eu mudasse de ideia.

Os dias foram passando e o inesperado aconteceu, Robert me pediu em casamento, ele estava tão feliz que eu quase que de maneira automática aceitei, não queria decepcioná-lo, ele era tão fofo e tinha um coração enorme, ele merecia ser feliz, merecia uma boa esposa, mas essa boa esposa, realmente seria eu?

No dia seguinte marcamos a data, daí começamos a planejar a cerimônia e a festa, mas meu humor ainda não havia melhorado.

Foi então que numa noite, enquanto eu estava deitada na cama que eu me lembrei do cartão o qual Daize havia me dado, olhei para ele, pensei, e quando Robert desligou o telefone eu disse:

— O que você acha de ir a uma casa de swing?

Robert olhou para mim um pouco confuso, deu uma risada e disse:

— O que? Que piada é essa?

— Não é piada. Daize me deu esse cartão outro dia, ela disse que de vez em quando ela e seu marido vão lá para poderem apimentar a relação.

— O que? Nossa relação já é apimentada o suficiente não precisamos…

— Por favor, meu amor, vamos pelo menos ver como é.

— Você está falando sério?

Eu não tive coragem de responder, mas meu olhar gritava SIM em alto e bom som.

—  Tá bom então, vamos ver como é.

Fiquei animada de um jeito como não ficava já a bastante tempo, pulei da cama e fui até o closet para me arrumar.

Não foi difícil encontrar aquele lugar, tratava-se de um prédio todo pintado de preto com janelas vermelhas e com vários carros estacionados ao redor do gramado. Robert parecia desconfortável, mas mesmo assim nós fomos até a porta onde tivemos que pagar nossas entradas para um segurança enorme e então entramos.

Não era muito diferente de uma balada, era escuro, luzes piscavam para lá e pra cá, havia música eletrônica tocando, porém, haviam várias pessoas seminuas andando de um lado para o outro, se beijando, se tocando e também vários quartos ao redor.

Estar no meio de tudo aquilo me deixou em êxtase, minha respiração se intensificou e  meu coração disparou de emoção.

— Viu, era exatamente aquilo que a gente esperava — Robert disse envergonhado — que tal a gente ir…

— Não. Espera aí — eu disse antes de começar a caminhar por um dos corredores.

Robert veio logo atrás de mim. Enquanto caminhava, eu olhava para os quartos, em um deles eu vi dois homens comendo uma mulher, em outro vi quatro mulheres se chupando e em outro vi uma mulher com cintaralho fodendo com força um homem que estava de quatro…

Quando cheguei no fim do corredor havia uma área aberta, rodeada de sofás onde haviam algumas pessoas sentadas, no centro deste local, estava uma mulher ajoelhada, de pé diante dela estava outra mulher que usava uma roupa sadomasoquista de látex e que portava um chicote em suas mãos.

Não sei o que deu em mim naquele momento, mas fiquei completamente hipnotizada ao ver aquela dominatrix rodeando aquela mulher, seus passos e seu jeito de olhar me excitava, e quando ela pegou o chicote e começou a bater com força nas costas daquela mulher levei minha mão instintivamente para baixo do meu vestido e comecei a me masturbar.

“Mais forte! Bata nela mais forte!” Era o que eu pensava enquanto a mulher no centro da sala gêmea de dor e de prazer, e eu teria gozado ali mesmo se Robert não tivesse agarrado o meu braço e me puxado para a saída.

Meu ser estava tão em choque, que eu nem tive o ímpeto de questionar, ele me colocou de volta dentro do carro e acelerou de volta para o nosso apartamento.

Não dizemos uma palavra durante todo o caminho de volta, e eu acho que nem mesmo ia conseguir responder caso ele me perguntasse algo, eu estava perdida demais em meus sentimentos para isso, tudo o que eu conseguia perceber eram o quanto meus dedos estavam molhados.

No dia seguinte Robert acordou e fingiu que não havia acontecido nada na noite passada, pegou seu telefone e continuou com os preparativos para o casamento, já eu… não parava de pensar naquela mulher, isso era confuso, eu não era lésbica, mas alguma coisa nela, havia mexido muito comigo, nem mesmo no trabalho eu conseguia me concentrar, respondi um monte de e-mails errado, derramei café na mesa dos acionistas e coloquei vários documentos  fora de ordem nos arquivos.

Por sorte, minhas colegas de trabalho não me deduraram e me ajudaram a reorganizar tudo.

— Ela está muito voada hoje.

— Deve ser por causa do casamento, isso sempre mexe com qualquer um — elas cochichavam enquanto achavam que eu não estava ouvindo.

No horário de almoço, quando Daize e eu ficamos sozinhas, contei baixinho que eu e Robert havíamos ido naquela tal casa de swing e perguntei se ela conhecia a mulher de cabelos negros que vestia roupa de latex.

— Aquela é a Jessie, ela sempre vai lá, só fica com mulheres e tem um sexy shop perto da quinta avenida.

— Um sexy shop? — eu perguntei interessada.

— Se chama Segundo Inferno. Ela vende tudo lá, passa lá qualquer dia, às vezes você e o Robert podem encontrar alguma coisa interessante.

Naquele mesmo dia depois do trabalho fui até o Segundo Inferno, assim que entrei me deparei com ela sentada à frente balcão com suas pernas cruzadas, vestida com um espartilho, mini saia de vinil, meia calça arrastão, coturnos pretos e maquiagem escura, ela não me deu a menor atenção, estava lendo uma revista enquanto mascava um chiclete, nem olhou para mim.

Por sorte um casal havia acabado de sair e o lugar estava vazio, mas eu não sabia o que fazer, nunca tinha estado num lugar como aquele antes, então eu andei pelos corredores olhei uma coisas aqui outras ali, até que ela finalmente tirou a revista da frente do rosto e disse:

— posso te ajudar?

— Sim. Eu estou procurando alguma coisa para apimentar a relação… sabe… minha e do meu noivo… — Eu disse nervosa e sem jeito.

— Aqui deixa eu te ajudar — ela disse saindo de trás do balcão vindo na minha direção — do que vocês gostam?

— Há você sabe, um lance mais dominador sabe, meio sadomasoquista.

— É para você ou para ele?

— Para mim — eu disse antes de engolir a seco.

— Tenho algemas, coleiras, vibradores, plugs, máscaras… chicotes.

— Chicotes! — eu disse repentinamente, ela olhou para mim, riu e depois continuou:

— tenho alguns aqui, vou te mostrar.

— Eu vi você ontem — eu disse enquanto ela me mostrava os tipos de chicotes e chibatas que tinha.

— No clube?

— Sim. Eu… gostei muito de você — eu disse quase que num sussurro.

— Seu noivo não pareceu ter gostado de lá.

— Meu nome é Hillary — eu disse impulsiva. Ela por sua vez, olhou para mim e sorriu antes de dizer:

— Pode me chamar de Jessie.

Assim que ela se apresentou, me perdi no meio da escuridão daqueles profundos e vazios olhos negros.

— Esse é quinze dólares — ela disse me trazendo de volta para a terra, enquanto eu segurava uma chibata de tiras em minhas mãos.

— Há sim, eu vou levar.

Assim que cheguei em casa, sentei-me ajoelhada na cama e desembrulhei minha chibata, olhei para ela durante alguns segundos e depois olhei para o relógio, Robert ainda ia demorar um pouco para chegar, se o trânsito estivesse ruim, e quase sempre estava, eu teria mais ou menos trinta minutos para me divertir, não podia desperdiçar esse tempo, então desabotoei minha blusa, tirei meu sutiã, peguei no cabo já com minha buceta toda molhada, respirei fundo e depois bati em minhas próprias costas com ele. O primeiro golpe foi leve, o suficiente para acordar meu corpo, o segundo foi um pouquinho mais forte, esse deixou uma marquinha vermelha, mas o terceiro eu dei com vontade, o estalo ecoou por todo o apartamento, doeu muito, tanto que me dobrei na cama, e foi bom, muito bom.

Assim que me recuperei dele, desferi em mim mesma o quarto golpe, depois o quinto, o sexto, o sétimo e assim por diante…

Minhas costas ficavam marcadas a cada batida e junto com a dor meu tesão também aumentava.

Quando a pele das minhas costas ficou toda vermelha, comecei a gemer de prazer com as batidas, depois levei minha mão para dentro da minha saia e comecei a me masturbar enquanto me batia.

Gemi tanto e o som das pancadas estava tão alto que os vizinhos com certeza estavam ouvindo, mas eu não estava nem aí.

O orgasmo veio rápido, mas veio forte, me tomou por completo e fez todo o meu corpo tremer enquanto eu me contorcia na cama.

No fim eu estava sem fôlego, mas feliz comigo mesma, nunca antes eu havia ficado daquele jeito, e por causa disso eu sabia que nada mais seria como antes.

Enquanto eu ainda estava deitada tentando me recuperar, ouvi o portão do prédio se abrindo junto com a voz do meu noivo cumprimentando o porteiro. Droga! Ele havia chegado mais rápido do que eu previ, corri para esconder a chibata embaixo do colchão e depois fui até o closet para vestir meu pijama.

Quando Robert passou pela porta eu o recebi com um beijo ele achou estranho o fato de já estar de pijama, mas eu disse que queria ficar em casa mesmo aquela noite e comecei a distraí-lo falando de outros assuntos, depois disso ele não fez mais perguntas e fomos juntos preparar o jantar.

Pouco tempo antes de dormir ele veio até mim, me beijou e tentou tirar a minha camisa, eu não podia deixar, pelo menos não ainda, as luzes da casa estavam acesas e ele veria as marcas nas minhas costas, mais uma vez eu o persuadi a mudar de ideia, disse que estava cansada, que queria dormir cedo, como sempre ele não insistiu mais e fez exatamente aquilo que eu pedi.

Por volta das 0:30, quando as luzes já estavam apagadas eu me virei por cima dele na cama e comecei a beijá-lo, dizendo que havia mudado de ideia, ele então tirou minha roupa e eu montei por cima dele.

Enquanto nos beijamos, ele passava as mãos em minhas costas marcadas e isso me exitava, cavalguei nele de maneira frenética e gemi como uma putinha, porém assim que fechava os olhos, era em Jessie que eu pensava, vestida com aquela roupa de látex, com aquele olhar profundo e com aquele chicote na mão.

Nós gozamos juntos aquela noite, assim que acabou eu me joguei para o lado esgotada, Robert também estava todo suado e acabou dormindo enquanto se recuperava, foi incrível, como em nenhuma outra vez em fizemos sexo e isso era tudo graças a aquela chibata em baixo do colchão. Pouco tempo depois eu a puxei de lá, levei ela para perto do meu rosto, beijei-a algumas vezes e acabei dormindo enquanto sentia aquele cheiro gostoso de couro.

Nessa noite eu sonhei com Jessie, sonhei que eu estava novamente naquela casa de swing ajoelhada no meio de todos enquanto ela me batia e me beijava, o sonho foi muito bom, porém assim que me lembrei dele quando acordei comecei a ficar preocupada, aquilo era realmente só um fetiche meu, ou eu estava realmente virando lésbica?

Os dias foram se passando, e ela não saia da minha cabeça, eu queria ir até a loja, queria falar com ela, porém eu não fazia ideia, mentalmente eu ficava ensaiando dizer uma coisa e fazer outra, mas só de pensar em passar por aquela porta novamente já fazia meu coração disparar.

Foi então que numa bela tarde eu decidi que iria lá novamente, não sabia o que iria fazer e nem o que iria dizer, mas eu iria lá!

Quando passei pela porta meu corpo todo paralisou, Jessie estava repondo alguns itens na prateleira quando se virou e me viu.

— Olá, tudo bem? — Ela me perguntou com aquela elegante voz grave.

— Sim. Eu só…

— Você é quem comprou a chibata naquele dia, gostou dela?

— Há sim ela foi ótima. Foi exatamente por isso que eu voltei aqui.

— Quer outra coisa interessante não é? O que tem em mente dessa vez?

— Eu… não sei ainda.

— Não se preocupe, eu te ajudo a descobrir.

Nesse dia acabei levando um par de algemas, uma compra totalmente inútil pois eu sabia que Robert nunca usaria elas direito em mim, mas saí de lá feliz por ter conversado com Jessie mais uma vez. Naquela mesma semana voltei lá e comprei uma mordaça com bola, essa pelo menos teria uma utilidade pois os vizinhos não iam escutar tanto os meus gemidos enquanto eu me batia com a chibata, naquele ponto, não só minhas costas estavam marcadas, mas minhas coxas também, passei a usar roupas largas para escondê-las e sempre que Robert perguntava eu respondia que tinha esbarrado numa mesa ou em algo parecido.

Resumindo a história, passei a ir no Segundo Inferno duas ou três vezes por semana, a maioria das coisas que eu comprava eram inúteis quando não se tem outra pessoa, mas só de poder conversar com Jessie, já me enchia de tesão e fazia minha mente viajar.

Passei a assistir muita pornografia sadomasoquista, BDSM, humilhação e etc. eu adorava ver aquelas mulheres amarradas apanhando, levando choques, sendo afogadas ou sendo queimadas, eu queria estar no lugar dalas, queria sofrer aquelas coisas, queria muito.

Depois de um mês assim, a masturbação e o autoflagelo passaram a serem insuficientes, eu queria mais, queria que outra pessoa fizesse isso, mas não só qualquer pessoa, eu queria que Jessie fizesse isso. Então numa tarde, antes de Robert chegar em casa eu peguei meu carro e me dirigi até ela.

Assim que cheguei na loja ela apagou as luzes, disse que estava fechando e que era para eu voltar amanhã caso quisesse comprar alguma coisa, eu disse que não era isso que eu queria e decidi falar a verdade para ela.

— Eu quero que você bata em mim.

— O que? — ela disse antes de um sorriso.

— Depois que eu vi você, eu pesquisei sobre práticas sadomasoquistas e sobre submissão, eu quero isso, quero ser sua submissa.

— E quanto ao seu noivo?

— Ele nunca fez nada, quem faz sempre sou eu mesma, ele não tem… o ímpeto de fazer, mas não me entenda mal, eu não sou lésbica, eu só… gosto de apanhar, daí eu pensei em você… pudesse fazer… porque você gosta, não é?

— O que eu gosto, é de fazer mulheres sofrerem — ela disse bem próxima do meu rosto.

— Você… é lésbica?

— Não fico com homens, mas não me entenda mal, não sou uma pessoa romântica.

— Isso… é exatamente o que eu quero.

— Não. Eu acho que não, acho que você não aguentaria — ela disse quase que num sussurro.

— Eu aguento, por favor.

— Quer mesmo isso? Quer mesmo se relacionar às escondidas com uma mulher quando você está prestes a se casar com um homem?

— Sim. Por favor.

— Você tem coragem de ser filha da puta nesse nível?

—Sim.

— Se é assim, então sua patricinha de merda, você merece punição.

Naquele mesmo momento Jessie me empurrou para fora da loja, trancou a porta, agarrou meu braço e me puxou para dentro do seu carro.

Sem falar uma palavra ela dirigiu rápido e me levou até seu apartamento, localizado numa zona de classe média da cidade.

Subimos as escadas e quando destrancou a porta ela virou-se para mim e disse:

— Tem certeza? Se passar por essa porta, não vai ter volta.

Encolhida e ainda com um pouco de timidez, eu lentamente caminhei para dentro, Jessie por sua vez entrou atrás de mim e bateu a porta.

O apartamento dela parecia um motel, paredes pretas, sofás vermelhos, velas derretidas nas paredes, luzes amarelas fracas, uma cruz de tortura em um canto, correntes penduradas em outro, acho que nem preciso dizer que amei.

Depois que trancou a porta ela veio até mim e me disse para tirar a roupa. Lentamente eu tirei meus sapatos, desabotoei a blusa, tirei a saia, a calcinha e o sutiã, enquanto eu me despia ela foi em seu quarto, abriu uma gaveta e trouxe uma corda até mim.

— Mãos para trás! — Ela disse com rispidez.

Com as mãos amarradas ela me fez ajoelhar na sala e pegou uma de suas chibatas que estava pendurada na parede.

— Então você gosta de sentir dor, não é? — ela disse enquanto olhava para minhas costas marcadas — eu vou fazer você sentir dor de verdade.

Segurando as tiras com uma das mãos, Jessie levantou a chibata para cima de sua cabeça  e bateu sobre meu ombro direito com tanta força que me fez gritar muito alto.

— Grita sua vagabunda, quero ouvir você gritar! — Ela disse enquanto batia não só nas minhas costas, mas também nas minhas coxas, na minha barriga, nos meus ombros e nos meus pés.

— PARA! Assim vai me deixar toda marcada — eu disse entre meus gritos torcendo para ela me reprimir.

— Acha que eu ligo para isso? Eu não te obriguei a entrar, você entrou aqui por vontade própria, agora você é minha e eu faço com você aquilo que eu quiser — ela disse segurando meu queixo com a mão.

Depois ela foi até o quarto novamente, pegou uma mordaça, tapou minha boca e voltou a me bater, porém agora nos meus peitos também, senti uma dor quase que insuportável e me contorci de dor ajoelhada no chão, eu queria gritar, mas não conseguia, eu queria dizer para ela parar, mas eu não conseguia, meu Deus… como isso era bom.

Quando meu corpo estava todo marcado ela parou, tirou a mordaça da minha boca me agarrou pelos cabelos e disse para que eu chupasse a buceta dela.

— Não. Nada desse tipo, eu quero só a dor — eu disse a ela.

Jessie então me agarrou pelo braço, me levou até seu quarto e me jogou na cama.

— Você faz aquilo que eu quiser, querendo ou não — Jessie disse antes de subir em cima de mim e esfregar a buceta molhada na minha cara. Eu tentei me esquivar, mas ela conseguiu deixar minha cara toda lambuzada.

Depois ela agarrou meu braço novamente e voltamos para a sala, lá ela me deixou de joelhos no mesmo local, pegou um vibrador em uma das suas gavetas, amarrou ele com fita isolante em volta da minha cintura, apoiou uma de suas pernas no sofá e ficou repetindo para que eu chupasse a buceta dela enquanto ela batia na minha bunda com a chibata.

Eu não queria fazer aquilo, eu não sentia atração por mulher, então aguentei firme, porém depois de um tempo, o vibrador colado no meu clitóris começou a mexer com a minha cabeça, até que chegou no ponto onde eu não aguentei mais e enterrei minha boca na buceta dela.

“Ela é minha dominadora, ela é tão boa para mim, como é que eu não ia chupa-la.” Eu pensava enquanto Jessie gemia e continuava me batendo.

Chupei ela até deixá-la sem ar.

Depois que se recuperou do orgasmo ela se ajoelhou na minha frente, fez como quem ia me beijar, mas não o fez, ao invés disso cuspiu na minha cara, enquanto a saliva dela escorria, coloquei a língua para fora rapidamente, consegui pegá-la e a engoli. Depois Jessie sorriu e deu um tapa na minha cara:

— Sua vagabunda! Sua vagabunda adúltera! suja e nojenta — ela disse antes de me jogar no chão agarrada no meu pescoço.

Com o peso do seu corpo ele me sufocou por alguns segundos, depois parou e voltou com os tapas, junto com puxões de cabelo e socos nas costelas. Estar no meio daquele turbilhão, junto com o vibrador entre minhas pernas me deu um orgasmo gostoso e forte, o melhor que eu já tinha tido na vida até então.

Quando cheguei em meu apartamento, Robert estava sentado na cama, com minha chibata em suas mãos, ele se assustou ao ver meu rosto e todo o resto do meu corpo marcado.

— Meu Deus, Hillary, o que fizeram com você?

— Porém desta vez decidi que não haveria mentiras, então eu mesma contei a ele o que havia acontecido.

Primeiramente ele ficou em estado de choque e de negação, andou de um lado para o outro transtornado, sem conseguir acreditar no que eu havia dito.

— Hillary, você me traiu, depois que ficamos noivos.

— Sim… eu sei.

Eu me desculpei com ele, sabia que ele nunca iria me perdoar, mas não estava nem um pouco arrependida do que havia feito, então simplesmente peguei minhas coisas, deixei a aliança de casamento na cama e sai definitivamente do apartamento dele.

No trabalho, todos ficaram preocupados comigo ao me verem, eles acharam que era culpa do Robert e que ele havia me espancado, mas eu logo tranquilizou a todos dizendo que não havia sido ele, que não só todos aqueles roxos e vergões haviam sido feitos com meu consentimento, mas que eu gostava deles.

Aluguei um apartamento menor perto do centro, nem de longe tinha o mesmo conforto e espaço do de Robert, mas eu estava feliz, feliz por finalmente poder ser eu mesma, feliz por não precisar mais esconder meus brinquedos e nem cobrir minhas cicatrizes.

Depois de  alguns dias, quando deixei tudo ajeitado no meu novo apartamento, fui me encontrar com Jessie por volta das 18:00 que era a hora em que ela fechava a loja.

— Então você voltou — ela disse com um sorriso ao me ver.

— Eu disse que aguentava.

— E o seu noivo?

— Acabou tudo, tive que me mudar.

— Você é maluca, talvez a mais maluca com quem eu já que dei, e eu gosto muito de malucas — ela disse colada ao meu rosto.

Mais uma vez fomos para o seu apartamento, lá ela me deixou nua, vestiu sua roupa de dominatrix e veio até a sala, onde ela ficou me rodeando:

— Então você largou um noivo, rico e bonito para ser a minha cachorrinha?

— Sim.

— Então de quatro! —  ela disse me empurrando para baixo.

Como uma cachorrinha obediente eu fiquei do jeito que ela quis, depois Jessie caminhou até a cozinha, puxou uma cadeira, se sentou nela com as pernas abertas e me chamou dizendo:

— Então vem aqui lamber sua dona!

Andei de quatro até ela, passei meu nariz lentamente sobre a buceta dela e depois comecei a chupar.

— Isso! Chupa! — ela dizia segurando minha cabeça contra a buceta dela.

Quando levei meus dedos até o clitóris dela, ela deu um tapa na minha mão e disse — Tira a pata! Eu mandei encostar? Só língua! Quero que você me faça gozar só com a língua, assim como você fez na primeira vez.

Fiz o que ela mandou e chupei ela por muito tempo.

— Por que você tá parando? Mais rápido vagabunda, me chupa mais rápido e não para! — ela disse quando minha mandíbula, já estava doendo, mas eu não podia parar, tinha que continuar chupando até que ela gozasse, então eu insisti, insisti, e ela finalmente gozou.

Depois ela deu um tapa na minha cara, me segurou pelos cabelos e começou a me puxar para o quarto.

Lá ela ordenou que eu subisse na cama.

Ao abrir a porta do guarda roupa, Jessie retirou um cintaralho de lá de dentro, prendeu em volta de sua cintura e começou a me comer de quatro.

— Você gosta disso não é sua safada, gosta de levar rola não é? Então toma — Jessie disse enquanto o pênis de silicone entrava e saia da minha buceta com força e velocidade.

Jessie não era carinhosa, ela era bruta e não tinha pena em me comer, não me tratava como se eu fosse quebrar, muito pelo contrário, ela me comia quase que como estivesse com raiva de mim e era tão rápida que seu corpo todo suava com o esforço, doeu muito, mas a dor me fazia gritar “ISSO! ME FODE! ME FODE! ASSIM…”.

Gritei até gozar na piroca dela, depois ela me puxou pelos cabelos com seu rosto pingando suor e disse:

— Gozo cachorrinha? Agora me chupa, chupa minha pica.

Ainda um pouco sem fôlego, Jessie enfiou o pênis de silicone na minha boca e começou a foder minha garganta.

A cabeça do pênis começou a encostar na minha úvula e isso me deu ânsia de vômito, mas Jessie não estava nem aí e continuou até me fazer vomitar no pau dela.

Depois que vomitei, Jessie agarrou meus cabelos e esfregou minha cara no meu próprio vômito.

— Que nojenta, você vomitou no meu quarto, agora você vai ter que limpar. Anda! limpa isso.

Ainda tossindo um pouco fui até o banheiro, peguei um pano junto com um rodo e comecei a limpar.

Em seguida fomos tomar banho, onde tive que ajudá-la a se ensaboar, depois fomos preparar o jantar, onde tive que servir comida na boca dela, antes dela preparar o meu prato em uma vasilha de cachorro e de me fazer comer sem usar as mãos.

Foi maravilhoso, ela me colocou uma coleira no pescoço e dormimos juntas naquela noite. No dia seguinte contei tudo para as minhas colegas do trabalho que ficaram incrédulas com a nossa relação.

Naquele momento eu já não tinha mais vergonha do que fazia, muito pelo contrário, eu tinha orgulho e fazia questão de usar roupas curtas para mostrar minhas cicatrizes e marcas de cordas e correntes enquanto andava na rua.

Eu e Jessie passamos a nos encontrar diariamente e todas as noites realizamos fantasias sadomasoquistas diferentes, as fezes envolvendo choques, afogamento, estrangulamento, imobilização e etc.

O que eu gostava mesmo era de apanhar de chicote e de gemer como uma meretriz romana que é açoitada em praça pública, porém isso marcava muito a minha pele e por conta disso não podíamos fazer isso diariamente, às vezes eu olhava para os machucados no espelho e torcia para que eles se curassem rápido, para que Jessie pudesse me machucar novamente.

Minhas amigas e minhas colegas começaram a achar que eu estava louca, e eu realmente estava, mas louca de felicidade, entupida de energia, de sorrisos e de amor pela vida. Acho que elas só não me internarão à força, porque viram isso no meu humor, no meu olhar e no semblante, apesar dos machucados.

Quando estabelecemos uma relação de dominadora e de dominada, Jessie fez questão de enfatizar que não era para que eu confundi as coisas, pois ela nunca namorava com ninguém, mas não teve jeito, seis meses depois e eu me declarei para ela, disse que a amava, mas ela reagiu muito mal, me expulsou do apartamento e só voltou a falar comigo uma semana depois, mas quando ela voltou, Jessie estava um pouco estranha, mais séria e mais distante do que era de costume, não sabia qual era o motivo, mas tive medo de perguntar e perdê-la novamente, porém certa vez quando estávamos no banheiro, Jessie virou-se para mim do nada e disse.

— Hillary — ela quase nunca falava meu nome.

— O que é? — eu disse com a cabeça apoiada em seu colo.

— Já faz muito tempo que eu tenho um fetiche e queria realizá-lo com você.

— Um fetiche?

— Sim. Um em especifico, que eu nunca realizei com ninguém.

— O que é?

— Eu quero te depilar, quero te deixar sem nenhum pelo no corpo, você topa?

Aquilo era estranho, a essa altura do campeonato já havíamos realizados fetiches que eram muito mais pesados que aquele, por que esse em específico era especial?

— Topo. Claro que eu topo — eu disse confusa, mas não questionei o motivo.

— Posso fazer isso agora?

— Sim. Claro que sim.

Naquele momento nos levantamos e fomos até o quarto, lá Jessie arrastou a cama para um canto, abriu o guarda roupa, pegou uma cera de depilação e disse para que eu me deitasse no chão.

Assim que me deitei, Jessie tirou minha roupa e jogou-as num canto, depois começou a passar a cera em meu corpo. Ela começou com as pernas, não havia muito lá pois eu sempre às depilei, mas mesmo assim ela passou a cera com cuidado sobre minha canela, esperou secar e depois a puxou de uma vez, arrancando os poucos pelos que ali estavam, o puxão doeu muito e por isso comecei a gostar da ideia, mal podia esperar para ela chegar em áreas com mais pelos em meu corpo.

A sessão de depilação foi muito prazerosa, até mesmo em lugares que parecia não haver pelos, Jessie fez o favor de passar cera para ter certeza, minhas partes favoritas foram nos braços e na virilha, nesse lugares realmente doeu muito.

Ao terminar com a cera, meu corpo ficou todo vermelho e dolorido, “meu Deus, que sensação maravilhosa” eu pensava, mas ainda não havia acabado, Jessie então agarrou meus cabelos e começou a me puxar de volta para o banheiro, lá eu fiquei sentada aos seus pés, enquanto ela sentou-se na privada com uma máquina ligada em suas mãos e começou a raspar o meu cabelo.

Inicialmente aquilo foi um choque, quando ela disse que queria deixar meu corpo sem pelos, não imaginei que isso incluiria meus cabelos, mas tudo bem, de maneira nenhuma eu ia impedi-la de fazer isso.

Jessie estava com uma expressão séria em seu rosto e estava tão concentrada que nem piscava.

Depois que deixou meu cabelo bem baixinho, Jessie pegou uma espuma de barbear, espalhou ela em minha cabeça e depois começou a passar a lâmina.

— Ainda não terminou — Jessie disse após deixar minha cabeça pelada.

Por fim ela passou a espuma sobre minhas sobrancelhas, raspou com a lâmina e  depois finalizou com a cera.

Quando cheguei no trabalho, minhas colegas ficaram chocadas com minha aparência e disseram que desta vez Jessie havia ido longe demais, já eu estava radiante, adorei meu novo visual, pela primeira vez os homens na rua não me olhavam com desejo, mas com estranheza, às vezes nem me olhavam o que era ainda melhor, eu estava horrível, com cicatrizes de chibata em minhas costas, marcas de corda nos braços e nas pernas, sem cabelo e sem sobrancelha, aquela era quem eu realmente era, não uma patricinha superficial e esnobe, mas uma mulher segura, sem vergonha de suas marcas e despreocupada em agradar a todos. Me sentia imponente como nunca, pena que as outras mulheres ao redor de mim não sentiam isso.

Naquele mesmo dia passei na frente da loja de Jessie e achei estranho pois ela não estava aberta, Jessie nunca fica sem abrir, então fui até o seu apartamento para saber o que estava acontecendo.

Ao abrir a porta do banheiro, eu vi Jessie sentada com as costas na banheira, abraçada em seus próprios joelhos.

— Você está legal? — eu perguntei após me sentar ao lado dela.

— Não.

— O que aconteceu?

— Me desculpa pelo que eu fiz a você — ela disse depois de alguns segundos.

— Desculpar?

— Sim, eu raspei seu cabelo e te deixei horrível — ela disse com lágrimas escorrendo em seu rosto.

— Ei. Eu não me sinto horrível.

— Eu tenho que te contar. Quando eu era criança, me apaixonei pela minha melhor amiga, ela e eu fazíamos tudo juntas  éramos inseparáveis e ela era tudo para mim, porém quando eu me declarei, ela disse que não sentia o mesmo e se afastou de mim, nunca mais quis andar e nem falar comigo. Depois disso eu passei a odiar gostar de mulher, elas eram perversas, todas elas, por isso eu me interessei por práticas de dominação, eu queria fazê-las sofrer, isso era o que me dava prazer. Amanda tinha um cabelo lindo e loiro assim como o seu, e todas as noites eu sonhava em raspar o cabelo dela, para que ela sentisse aquilo que eu estava sentindo. Eu sempre sonhei em fazer isso, para que eu pudesse extravasar esse sentimento, mas realizar isso não me deu prazer, só tristeza — Jessie disse enquanto chorava.

— Jessie… eu… não sabia disso — eu disse antes dela pular em cima de mim e me abraçar.

— Por isso me desculpa. Eu nunca mais vou fazer esse tipo de coisa com você — ela me disse enquanto libertava um choro que estava a muito tempo guardado.

— Jessie. Você nunca me fez mal, nunca mesmo.

— Quando você disse que estava apaixonada por mim, eu decidi que aquele seria o fim do nosso relacionamento, mas depois de passar uma semana sem você, eu percebi que eu não consigo e que eu te amo  — ela disse antes de me beijar na boca pela primeira vez.

Jessie nunca beijava, essa era uma das regras dela, ao invés disso ela cuspia na minha cara e esfregava a saliva com a mão.

— Eu também te amo Jessie, você virou a pessoa mais importante para mim, você me quebrou e me transformou em algo melhor e mais forte.

Mais seis meses se passaram depois desse dia, ainda estamos juntas, apesar de estarmos apaixonadas e de Jessie ter ficado mais amável, ainda fazemos loucuras e ela ainda me bate do jeito que eu gosto.

Diferente das outras pessoas, Jessie consegue me enxergar como eu realmente sou, não uma bonequinha de vidro, e sim uma cachorra masoquista, safada e vagabunda.

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1 - Comentário(s)

  • Alexa 02/01/2023 16:37

    Gostei do seu conto, parece uma submissa muito obediente e que gosta de usar uma coleira bem apertada no pescoço

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