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Do Que As Garotas Gostam

Publicado em abril 27, 2022 por J. R. King

Desde que eu me conheço, eu sempre soube que o que eu gostava mesmo era de mulher. Acho que nunca tive dúvidas com relação à minha sexualidade. Os homens são tão brutos, feios, nojentos. Mas as mulheres não, mulheres são perfeitas, lindas, com curvas, encantadoras. Desde nova eu já sabia que eu era uma lésbica, apesar de ter demorado bastante para beijar uma outra garota. Porém, mesmo já tendo noção da minha sexualidade, eu demorei muito tempo para me assumir. Em parte porque sempre fui uma garota tímida, introvertida e solitária, até que conheci Beatriz.

Ah, Beatriz, como descrevê-la? Ela era da equipe de vôlei da minha escola. Estudávamos juntas na mesma turma do segundo ano, e o que me fazia ficar louca por ela era como ela representava para mim o auge de toda a feminilidade existente. Ela era alta devia ter 1,80m, com um cabelo em tons de loiro que brilhavam em um dourado lindo, olhos castanhos claros com cílios enormes, o nariz pequeno e arrebitado, lábios grossos e curvilíneos que eu ficava horas me imaginando beijá-los. Além disso, ela tinha a pele bronzeada ao natural de forma perfeita. Seus seios não eram muito grandes, mas o seu corpo atlético lhe proporcionava coxas grossas e uma bunda bem grande e durinha.

Mas infelizmente, Beatriz namorava um menino que era também jogador de vôlei, da base do Sesc-RJ. Eles formavam um casal perfeito, e eu era apenas uma garota baixinha e esquisita que não falava com ninguém, ia para a escola com o meu mesmo all-star velho e sujo há séculos e escondia os pneus na minha barriga com o meu casaco de moletom. Só o que me restava era admirá-la durante as aulas de educação física. Vê-la jogando, com aquele shortinho bem curtinho enfiado na sua bunda, e a camiseta regata branca que logo ficava quase transparente me fazia ficar hipnotizada. Eu simplesmente não conseguia tirar os meus olhos dela em nenhum momento. Me perdi durante semanas só a apreciando durante toda aula.

Um dia, então, enquanto eu estava perdida olhando para ela, nossos olhos se encontraram quando ela se aproximou da arquibancada para pegar a bola. Foram apenas alguns segundos, mas pareceram durar uma eternidade, e foi como se dois raios tivessem saído de seus olhos em minha direção. Fiquei nervosa, meu rosto ficou vermelho na hora, e para desviar o meu olhar eu enfiei a minha cara no meu caderno de desenhos. Fiquei quase uns 15 minutos com o meu coração acelerado, tudo isso por causa de um único olhar.

No final da aula, eu estava caminhando do lado de fora da escola, perto ao muro da saída estava Beatriz lá, com sua mochila nas costas mexendo no celular, passei por ela, mas então ela me chamou.

  • Ei, você aí! – gritou ela quando eu passei.

Congelei, e virei o mais devagar que eu podia.

  • Você tem um isqueiro? – Perguntou Beatriz.
  • Ah, bem… eu tenho sim… só um segundo. – Respondi, entre gaguejos.

Por sorte, o péssimo hábito de fumar que eu adquiri longe do olhar da tutela dos meus pais me ajudou a falar com a Beatriz. Beatriz puxou um cigarro, e pela primeira vez fiquei um pouco feliz ao perceber que tínhamos algo em comum. Ela colocou o cigarro na boca e fez com que eu acendesse para ela.

  • Obrigada, qual é o seu nome? – perguntou Beatriz, após dar uma tragada.
  • Ah… é Marcela. O seu é Beatriz, né? – Meu deus, por que eu respondi falando o nome dela? Ela vai achar que eu sou algum tipo de stalker!
  • Isso, mas pode me chamar de Bia.
  • Tá bom… Bia.
  • E então, eu jogo bem?
  • Como é?
  • Se eu jogo bem, você tava me vendo jogar hoje não tava?
  • Ah sim, eu tava sim – Ai, droga, ela notou que eu tava olhando para ela. Ela com certeza acha que eu sou alguma stalker. – Você tem… – diz qualquer coisa. – …um bom saque.
  • Tenho mesmo é? Obrigada. Brm, a gente se vê por aí, Marcela.

Bia deu as costas e começou a andar enquanto mexia no celular. Eu fui para a direção oposta, com o meu coração quase na boca, mas me sentindo bem. Foi a primeira vez que eu tive algum tipo de contato com a minha paixão platônica, o que me fez gastar dias na semana pensando sobre o que eu poderia ter falado, o que eu não devia ter falado, e outras coisas.

 

A segunda vez que a gente interagiu, foi bem diferente. Algumas semanas se passaram, eu estava na enfermaria da escola, quase me revirando de cólicas, tentando amenizá-la à base de remédios. Quando de repente Bia entrou na enfermaria, agitada, falando alto e com dois tampões ensanguentados em cada narina.

  • Ai, eu não suporto aquela piranha da Maria Eduarda, tenho certeza que ela fez isso de propósito! Vaca invejosa do caralho! – reclamava Bia, enquanto se sentava ao meu lado, inclinando para trás a cabeça apoiando na parede.

A enfermeira veio trocar os tampões, mas seu nariz ainda continuava a sangrar. Ela não parecia estar passando mal nem nada, apenas estava machucada. Quando ela notou a minha presença, depois de se acalmar um pouco, ela falou:

  • E aí. É Marcela o seu nome mesmo, né? O que tá fazendo aqui?
  • Ah, bem…Eu tô com muita cólica.
  • É, eu te entendo. Eu também tenho umas cólicas bem fortes.
  • Sério? – Respondi, feliz que agora não tínhamos duas coisas em comum: o vício em cigarros e fortes cólicas menstruais.
  • Sim. Sabe qual é a melhor forma de resolver isso? Transando. Uma foda bem dada alivia a dor das cólicas que é uma beleza, mas o cara tem que saber meter, senão não funciona.

Eu fiquei toda vermelha ouvindo ela falar isso, tentei segurar minha risada nervosa, mas não consegui.

  • Tá rindo do quê? Eu tô falando sério! – Disse Bia.
  • Nada não. É que bem… é que é meio difícil eu conseguir fazer isso para aliviar a cólica.
  • Ah, que ótimo, outra virgem. – Não, Bia, é só que eu jamais teria coragem de colocar um pau nojento dentro da minha buceta.

Depois dessa nossa ótima conversa, a enfermeira voltou a examinar o nariz de Beatriz, havia parado de sangrar. Ela fez uns curativos e então ligou para os pais da Bia para vir buscá-las.

A terceira vez foi então onde tudo começou. Era uma segunda-feira. Aula de literatura. O professor, então, decide passar um trabalho em dupla. Porém, para incentivar a melhor interação com a turma, ele decidiu que iria sortear as duplas. Na hora, a única coisa que eu podia pensar era que existia uma chance de eu ser escolhida para ser dupla da Bia. Bem, era uma chance em quarenta, mas ainda assim era uma chance. O professor colocou o nome de todos os alunos em papéis, amassou e colocou num saquinho. E assim foi tirando nome a nome. A cada nome que saía meu coração batia mais forte. Eu olhava para Beatriz, que estava lá no fundo da sala, mascando chiclete e mexendo o celular, sequer prestando atenção na aula. Mesmo assim, ela ficava linda mexendo no celular, além de olhar sua boca mascando chiclete me dava um tesão inacreditável.

Os nomes foram acabando, cada vez mais as minhas chances iam aumentando. Até que meu nome foi chamado. O próximo a ser chamado seria a minha dupla. Tensão máxima. O professor colocou a mão no saquinho, mexeu bem e então tirou. E a minha dupla era: a Beatriz! Pulei internamente de alegria. Olhei para trás, e Beatriz me olhou de volta, dando um sorrisinho e acenando para mim, que acenei de volta toda desconcertada. Nem acreditava no que tinha acontecido. Fazer o trabalho com ela significava passar mais tempo com ela, poder conversar mais. Eu já começava a criar milhões de cenários irreais na minha mente.

No fim da aula, Bia veio falar comigo sobre o trabalho, eu disse que a gente poderia fazer na minha casa depois da escola, se ela quisesse, e ela topou. No fim da escola, então, fomos para a minha casa. Eu ficava sozinha durante todo o dia, então a casa estava vazia. Mesmo assim, fomos para o meu quarto. Ali então nos sentamos na cama e começamos a fazer o trabalho. Até que em determinado momento, enquanto eu estava concentrado escrevendo, Bia fala:

  • Ei, você desenha muito bem. Com quem aprendeu.

Quando eu viro para olhar, Bia estava folheando meu caderno de desenhos.

  • Não, não vê isso não!

Gritei enquanto pulava em cima dela para tirar o caderno da sua mão. Acontece que eu sabia que eu desenhava bem, já desenhava a anos. O problema é que bem, eu não desenhava somente animais ou flores. Através dos meus desenhos eu também imprimia neles os meus desejos sexuais, e foi o que apareceu quando o caderno voou da mão da Bia direto pro chão, abrindo em um desenho bastante… sórdido. O desenho era de duas mulheres nuas, uma sentada em uma grande poltrona, com suas pernas abertas, enquanto a outra estava sentada no chão, fazendo um sexo oral na outra mulher enquanto acariciava o seu seio. Eu havia terminado aquele desenho há duas semanas, me lembrava bem dele, por isso já fiquei toda envergonhada quando Bia pegou o caderno do chão e começou a olhar. Ela não disse uma palavra enquanto olhava, só o que se ouvia era o seu chiclete mascando na boca, se sentou novamente na beira da cama e finalmente deu o seu veredito.

  • É, você é realmente muito boa em desenho.
  • – Ah, obrigada.
  • Você é sapatão?

A pergunta de Bia foi como uma flecha perfurando o meu peito. Pra falar a verdade, ninguém nunca me perguntou isso, não sabia como era ou como deveria reagir.

  • Sou sim, por quê?

Meu deus, quando eu terminei de falar, eu não acreditei no que disse. Eu nunca havia me assumido para ninguém antes, por que eu tive tanta facilidade em falar para ela assim? A gente nem se falava direito e agora eu confiava a ela o meu maior segredo. Eu devia estar realmente apaixonada.

  • Nada não. Como é? Beijar uma garota.
  • É… bem… é bom, eu acho… eu gosto.

Bia olhou para baixo, voltando a analisar o desenho, percebi que ela ficou estranhamente quieta. Engoli a saliva e perguntei:

  • Vo-você é lésbica também?
  • Eu!? Não, tá maluca? Eu tenho namorado.
  • Ah é, verdade, desculpa.
  • Mas pra falar a verdade, eu tenho uma curiosidade.
  • É sério?
  • Sim. Bem, eu sempre tive a curiosidade de saber como é beijar outra mulher, mas nunca tive a oportunidade de beijar uma.

Ficamos em silêncio. Foi quando percebi que essa era a oportunidade perfeita. Precisava ser agora. Eu fiquei alguns segundos pensando se devia ou não fazer aquilo, até que percebi que se não fosse, eu iria me arrepender para sempre. Então, engoli toda a minha timidez para falar:

  • Você pode me beijar se quiser.
  • Como é? – Perguntou Beatriz, incrédula.
  • Quer dizer… Se você tem curiosidade, pode me beijar sem problemas. Não acho que você vai tá traindo o seu namorado, porque vai ser só um beijo sem sentimento.

Sem sentimento só se fosse por parte dela né, pois para mim havia muito sentimento envolvido.

  • Tá falando sério? – Ela perguntou.

Meu rosto se ruborizou, mas eu segui na minha proposta.

  • Estou, eu te beijaria sem problemas, se você quisesse.

Percebi que Bia ficou alguns segundos, refletindo, até que ela finalmente deu seu veredito.

  • Tá bom então. Eu te beijo, mas você tem que me prometer que esse vai ser o nosso segredo. Você não vai poder contar pra ninguém, muito menos pro meu namorado, entendeu?
  • Entendi. Eu prometo.

Bia esticou o dedinho para que consolidasse o meu juramento, e eu jurei com ela pelo dedinho.

Era agora, a hora tão esperada. Bia deu um longo suspiro, segurou no meu rosto com as duas mãos e então finalmente me beijou. Primeiro deu apenas um estalinho, abriu os olhos por um segundo, como se fosse ver que estava tudo certo. Esse beijo já fez meu corpo se arrepiar todo, Então ela me beijou pra valer. Quando finalmente aconteceu, foi maravilhoso. Nossos lábios, nossas línguas, nossa boca, nossos corpos, foi tudo maravilhoso. Os lábios de Beatriz tinham gosto de morango, fruto do gloss que ela usava. Era delicioso beijá-la, não queria que terminasse nunca. Do jeito que eu sempre havia sonhado.

Mas então acabou, ela afastou o seu rosto devagar e eu ainda fiquei de olhos fechados por alguns segundos. Assim que terminamos de beijar, de repente, Bia me coloca o indicador e o polegar na minha boca. Pensei que ela estava indo mais além, então comecei a chupar sensualmente os seus dedos. Acontece que não era nada disso. Em vez disso, ela puxou da minha boca o seu chiclete, que nem havia notado que foi parar na minha boca quando nos beijamos. Ela sem nenhum jogo colocou o chiclete na boca e voltou a mastigar, e eu fiquei mais envergonhada depois de fazer esse papelão de chupar os dedos dela de forma sensual.

  • E-então… o que achou? – perguntei, gaguejando de nervoso.
  • Foi… bom.

Foi só isso que Bia falou. Depois ela mudou de assunto, voltamos a falar sobre o trabalho e ela não falou mais nada a respeito durante todo o dia. Mas por dentro, eu explodia em um mix de alegria e excitação, me deixando toda boba até mesmo depois dela ir embora.

Mas depois daquele dia, Beatriz não falou mais comigo, ela começou a me cumprimentar na sala de aula, mas nada além disso, nos distanciamos e eu me senti triste por conta disso, mas ao mesmo tempo, não conseguia me aproximar dela. Ela estava sempre rodeada de amigas tão bonitas quanto ela. Bem, não tão bonitas assim, mas quase tão bonitas quanto.

Duas semanas se passou desde então, quando de repente recebo uma mensagem dela no meu Messenger:

Oi

Oi

Tudo bem?

Tudo e você?

Tudo.

Vc não taria afim de vir na minha casa amanhã dps da aula?

Claro

Eu adoraria

Ótimo

🙂

Nem acreditei, depois de tanto tempo me ignorando ela me chama para ir a sua casa? O que será que ela queria? Não parava de pensar sobre. No dia seguinte, fomos até a sua casa. Ela morava em uma grande casa de dois andares, sua mãe estava lá e me cumprimentou com bastante cordialidade. Era uma casa bem chique e elegante. Fomos até o seu quarto no segundo andar. Durante todo esse tempo, não perguntei o que ela queria comigo. Tive medo de ela desconfiar de algo, não sei dizer. Mas eu já estava ficando um tanto impaciente, pois ela agia como se fosse algo normal, indiferente.

Nos sentamos em sua cama, onde havia um grande edredom de veludo rosa, macio e bem bonito. Ela se olhou na câmera do celular, e então perguntou:

  • Você tem lápis de olho aí.
  • Não. Eu não ando com maquiagem.
  • Por que não?
  • Bem… eu não uso maquiagem.
  • Por que não?
  • Porque seila. Não faz o meu estilo.
  • Garota, não tem essa de não fazer o seu estilo. Toda mulher tem que usar maquiagem. É o que faz todas ficarem mais lindas. É como a barba para os homens.
  • Eu não acho que eu ficaria mais bonita de maquiagem.
  • Claro que ficaria, olha só os seus olhos. Eles estão implorando por um delineado. Pera aí.

Bia foi até o guarda-roupa e trouxe uma pasta de maquiagem, quase tão grande que parecia uma mala. Ela abriu e foi a maior coleção de lápis de olho, batom, gloss, base, delineador e qualquer outro instrumento de maquiagem que eu já tenha visto na minha vida. Bia então começou a me maquiar, fazendo um delineado nos meus olhos, ajeitando os meus cílios e então começou a passar um gloss nos meus lábios. A melhor parte de toda essa história é que ela ficava bem perto de mim, a menos de um palmo de distância, eu conseguia sentir o seu doce hálito e me controlava para não beijá-la. Por falar em beijo, depois de tanto tempo, Bia finalmente decidiu falar sobre.

  • Sabe, eu não paro de pensar naquela nossa tarde. Naquele beijo.
  • Por que não?
  • Eu não sei. Eu acho que eu senti algo, mas não sei descrever. Foi diferente.
  • Bem, eu já não beijei muitas garotas, mas para mim foi diferente também.
  • Como foi diferente pra você?
  • Bem, seus lábios são macios e tinham gosto de morango.

Meu rosto ficou um pouco vermelho depois de eu dizer isso em voz alta para ela.

  • Obrigada, é o meu gloss. Os seus vão ter gosto de morango também a partir de agora. Mas sabe, eu me senti estranha, mas foi bom. Eu queria saber se eu podia te beijar de novo?
  • Como assim?

Respondi nervosa, mas por dentro eu já queria dizer que sim.

  • Eu quero testar mais uma vez, para saber se eu sinto aquilo de novo, sabe? Ou se só foi nervosismo pela primeira vez.
  • Tudo bem, eu acho, pode me beijar.

De repente, comecei a sentir nossas respirações, como se elas tivessem ficado mais fortes. Bia, que olhava em meus olhos, abaixou o seu olhar, direto para a minha boca. Segurando o meu rosto, ela me beijou novamente. Que delícia de beijo, nem imagina o quanto eu senti saudades de beijá-la, eu sentia como se os nossos lábios fossem feitos para ficarem juntos. Dessa vez o beijo durou mais do que da última vez, ou o mundo parecia ficar em câmera lenta. Mas eu não me controlei. Me rendi aos meus sentimentos e desejos. Coloquei a minha mão em sua coxa, e ela não recusou o meu toque. Eu rapidamente comecei a subir minhas mãos, tocando em sua cintura e de repente eu já estava em seu peito. Mas aí aconteceu. Bia não gostou de ser tocada, tirou minhas mãos dela e se afastou de mim.

  • Para! O que você tá fazendo?

Ela gritou, surpresa e irritada, o que me deixou profundamente envergonhada.

  • Desculpa, eu não sei o que deu em mim.
  • Era só um beijo. Sem sentimento, não lembra?
  • Bia, me desculpe, mas…
  • Mas o que?
  • Mas não tem como eu te beijar sem sentimento. Eu… eu gosto de você. Eu te acho linda, e sempre me perco te admirando nas aulas.

A expressão de Bia era uma mistura de surpresa e raiva.

  • Eu não acredito. Eu confiei em você e você só se aproveitou de mim para me beijar.
  • Não foi isso, Bia. Olha, me desculpe se eu fiz isso com outras intenções, mas você não gostou? Você não quis?

Os olhos de Bia começaram a marejar, e ela limpou logo os limpou antes que suas lágrimas estragassem sua maquiagem.

  • Olha, você deveria ir. De verdade.
  • Bia, por favor. Tente entender.

Dessa vez foram os meus que começaram a marejar.

  • Eu já entendi muito bem, sua sapata aproveitadora. Eu não quero mais te ver nunca mais. Saia logo daqui!

Comecei a chorar, mas não dei tempo para que Bia sentisse alguma pena por mim. Peguei a minha mochila e saí correndo da sua casa. Até o caminho de casa, até a minha cama e durante todo o resto do dia, só o que eu fiz foi chorar. Eu não acreditava que havia colocado tudo a perder em meu único momento de coragem na vida. Quando eu finalmente tive alguma atitude, mas fui precipitada demais para perceber que ela não queria nada além de um beijo.

No dia seguinte, não arrumei forças para ir para a escola. Inventei uma desculpa de que estava doente para minha mãe me deixar ficar em casa. No próximo dia, fui para a aula, mas Bia sequer olhou na minha cara. Eu me sentia mal e culpada, e foi isso por mais duas semanas de aula.

Depois de um tempo, a ferida do meu coração partido foi se cicatrizando. Ver Bia já não me machucava mais como antes, apesar de eu ainda sentir algo. Mas fui me acostumando a viver com isso.

Até que um dia, saindo da aula, fui caminhando pela avenida em direção a minha casa, até que me deparei com Bia e seu namorado, nos fundos da escola. O que chamou a minha atenção é que eles estavam tendo uma discussão, que parecia bem acalorada. Bia gritava apontando o dedo para ele.

  • Seu canalha! Galinha! Miserável!

Ele tentava de forma mais branda, acalmá-la, mas não conseguia. Até que percebi que sua paciência já estava chegando no limite. Quando ele finalmente estourou, ele virou a mão, esbofeteando o rosto de Bia. Os cabelos dela giraram no ar, um fio de sangue saiu de sua boca em um brilho escarlate. Naquele momento o meu sangue ferveu junto. Eu não podia ficar parada olhando algo assim simplesmente acontecer.

  • Ei, você aí!

Gritei do outro lado da rua enquanto atravessava, praticamente marchando em sua direção.

  • Fica fora disso! – Ele gritou.
  • Não, não vou ficar fora vendo você bater numa mulher. Parece que ela realmente tinha motivos pra te chamar de canalha, não é mesmo?
  • Eu estou avisando. Fica fora disso, sua vadia.

Empurrei ele. Mesmo menor, eu ainda tinha muita força, ele deu dois passos para trás, e seu sangue ferveu novamente. Ele tentou me empurrar, mas eu o girei, em um movimento que eu não fazia desde quando parei de lutar judô na quinta série (ainda bem que ainda me lembrava), fazendo ele cair de costas no chão. Antes de finalizar, dei um pisão bem nas suas virilhas, que fez ele urrar de dor e se contrair, sentindo a dor latente de ter seu saco esmagado pelo meu all-star surrado.

Quando olhei de volta, Bia ainda estava no chão, com o cabelo em frente ao seu rosto. Me aproximei e me abaixei, para poder ajudá-la.

  • Você está bem?

Ela parecia bem, mas seu lábio inferior havia aberto um corte, que ainda sangrava. Apesar de orgulhosa, ela estava chorando, tentando esconder com o seu cabelo.

  • Vem, vamos cuidar disso.

Ajudei ela a se levantar e levei ela até em casa, sem ela dizer uma palavra sequer. Chegando lá, peguei um gelo na freezer e a ajudei a colocar em sua boca, estancando o sangramento.

  • Por que você fez aquilo? – Perguntou Bia.
  • Ah, bem, era o certo a se fazer, não é mesmo? Eu não deixaria ele te bater.
  • Obrigada. Ele era um babaca mesmo. Eu descobri que ele me traiu com uma jogadora lá do Sesc. A piranha já é até do time profissional, que cuzão.

Fiquei em silêncio, deixando ela resmungar tudo sobre o seu namorado, ou ex, no caso.

  • Marcela. Eu quero te dizer uma coisa. – Disse Bia.
  • O que foi?
  • Eu quero me desculpar pela forma como eu agi com você naquele dia. Eu… eu preciso confessar uma coisa. Eu estava bastante confusa naquele dia. Eu nunca havia beijado outra garota, mas foi tão bom. Eu estava adorando. E na segunda vez, foi ainda melhor, pois eu… bem, eu tinha reparado como você era bonita, mas na hora eu não entendi direito os meus sentimentos. Por isso eu fiquei tão agressiva quando você me agarrou.

Sua declaração abriu novamente aquela ferida, mas eu já não sentia mais dor.

  • Tudo bem. É normal se sentir confusa no começo.

Bia então pegou na minha mão, tirando o gelo da sua boca. Ela segurou como os casais seguram, e olhando nos meus olhos ela disse.

  • Marcela, eu não estou mais confusa. Eu gosto de você.

Meu coração disparou, não achei que sentiria isso novamente, mas foi como uma chama se reacendendo dentro de mim.

  • Eu também gosto de você.

Bia se aproximou mais de mim, me empurrando de leve contra a bancada da cozinha, colando o seu corpo no meu.

  • Bem, foi muito legal o que você fez por mim hoje. Acho que você merece uma recompensa.

Quando vi, Bia me beijou novamente. Mas dessa vez foi diferente. Eu podia sentir que era diferente. Ela me beijava não só com curiosidade, mas com sentimento, e com tesão. Eu a beijei de volta na mesma intensidade. Seus lábios, sempre com o delicioso sabor de morango, tinha um gostinho meio ferroso de sangue, mas eu não ligava. Ela me pegou pela cintura e me levantou, colocando-me sentada na bancada e finalmente dei altura para poder beijá-la sem que ela precisasse se abaixar.

Fomos nos beijando e nossas mãos explorando o nosso corpo. Coloquei de volta minha mão em seu seio, e dessa vez ela não recusou. Deixou que eu pegasse e apertasse. Ela foi mais ousada, colocando sua mão por debaixo do meu moletom e pegando nos meus seios por debaixo dele. Bia parou de me beijar por um segundo, e então falou:

  • Você já transou com outra mulher antes.
  • Não. Você quer?
  • Quero. E você?
  • Eu também.
  • Vamos para o seu quarto, então.

Pulei de cima da bancada para o chão, e fomos até o meu quarto. Então nos sentamos as duas na cama e voltamos a nos beijar. Eu achei que estaria nervosa na minha primeira vez, mas não estava. Estava ansiosa, mas não nervosa. De repente, tudo parecia tão natural. Bia foi se deitando na cama. Comigo por cima. Ela tirou a camisa do uniforme, ficando só de sutiã. Eu tirei o meu moletom e o uniforme junto. Meus seios eram grandes, comparados aos dela. Ficamos em silêncio por um momento, nos admirando, a beleza de cada um de nossos corpos.

  • O que a gente faz agora? – Perguntei.
  • Eu não sei. Eu nunca pensei que iria fazer algo assim.
  • Que tal se eu te chupasse?
  • Boa ideia.

Bia abriu o cinto e foi tirando sua calça jeans. Sua calcinha não combinava com o sutiã, mas eu nem liguei. Seu corpo era escultural, perfeito em cada detalhe. A barriga quase negativa, as coxas grossas, o quadril largo. Fui tirando bem devagar sua calcinha, revelando lentamente a sua buceta para mim, raspada, toda fechadinha, como a de um sonho. Linda como ela. Me deu água na boca, que saciei indo com os meus lábios direto até ela. Bia suspirou assim que sentiu minha língua em seu clitóris. Coloquei as duas pernas sobre o meu ombro e a chupei, tentando imitar os milhões de filmes pornôs que eu assistia para saciar o meu desejo. Bia foi soltando leves gemidos, e com o tempo foram ficando mais e mais intensos. Eu perdi a noção do tempo do quanto eu lhe chupava. Senti sua buceta se umedecendo, seu mel começando a expelir entre os seus lábios carnudos. Seu gosto era doce, como os lábios de sua boca, mas havia um toque salgado de seu suor que deixava tudo perfeito. Bia foi gemendo mais alto e mais alto, me pedindo para não parar. Até que ela começou a urrar, e então se contorceu toda.

  • Ai meu deus, eu gozei. Você me fez gozar. Eu não acredito!

Exclamou Bia, rindo em um mix de nervosismo e alegria. Levantei a minha cabeça, minha boca estava toda lambuzada, mas isso não impediu ela de voltar a me beijar. Enquanto nos beijávamos, Bia foi passando sua mão pelo meu corpo, e o enfiou dentro da minha calça, e começou a tocar em minha buceta.

  • Você é maravilhosa. Deixa eu fazer você gozar também.

Disse Bia, e eu não tive como recusar uma oferta dessa. Tirei minha calça e me deitei na cama. Bia aproximou o seu rosto da  minha calcinha, e gentilmente colocou ela para o lado, revelando a minha buceta. Ela, ainda um pouco nervosa, só deu uma lambida por todos os meus lábios, que já me arrepiou todinha. Fui direcionando ela, para o que ela deveria fazer, e então ela começou a me chupar também. Ela alternava entre beijos, lambidas e também massagem com os seus dedos. Eu comecei a gemer também ao seu toque, que foi devagarinho enfiado 2 dedinhos na minha buceta. Me fazendo delirar. Era tão gostoso quanto as minhas melhores siriricas. Na verdade era mais gostoso ainda. Eu comecei a gemer mais e mais alto. Até que a sensação veio e eu gozei também.

Quando terminei, Bia veio até mim, e voltamos a nos beijar, nuas, com os nossos corpos dormentes de prazer. Até que já não tivéssemos mais energia nem para mover as nossas línguas.

  • O que achou? – Perguntei, como da primeira vez que nos beijamos.
  • Foi maravilhoso. Nunca achei que fosse tão bom assim transar com outra mulher.
  • É, nem eu, e olha que eu já sabia que gostava de mulher.

No fim, Bia se arrumou de volta, e foi embora para casa. Eu fiquei deitada na cama, admirando o teto, ainda tentando acreditar no que havia acontecido. Depois daquela tarde, tudo mudou. Bia e eu vivemos uma amizade bastante colorida. Ela me ensinou muitas coisas, como a se maquiar e me vestir melhor, e até perder um pouco da minha timidez. E também nós transamos muitas outras vezes, explorando nossos corpos e nossos prazeres. Algumas dessas transas valeriam a pena de ser contadas, mas isso é história para outro conto. Por hoje, ficamos por aqui.

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